O Alzheimer é uma doença
neurodegenerativa que interfere diretamente no âmbito pessoal,
social e profissional do paciente... mas que não se restringe a um
diagnóstico médico e suas consequências. Envolve fatores humanos
que merecem receber atenção, os quais merecem ser tratados de
maneira mais real, assim como ocorre de maneira excepcional no filme
Para Sempre Alice, baseado no livro de mesmo nome, da escritora Lisa
Genova.
O
filme apresenta a vida da Dra. Alice Howland, uma renomada professora
de linguística, que começa a apresentar sinais de esquecimento,
desde coisas simples, até a sensação de estar perdida em locais
públicos que frequenta em seu dia a dia, chegando até mesmo ao
ponto de não localizar cômodos dentro de sua própria casa. Ao ser
diagnosticada com um tipo raro de Alzheimer, sua vida muda por
completo. A confusão interna e externa pela qual Alice passa, a faz
afastar-se de seu trabalho, pelo qual se empenhou durante toda a sua
vida, tornando-a uma das melhores em sua área. A presença e
comportamento da família tornam-se essenciais para a trajetória da
personagem, a qual tem seu quadro agravado a cada dia.
Repleto de mensagens
significativas, essa obra demonstra os conflitos pelos quais o
paciente de Alzheimer está cercado: a sua participação social, seu
convívio com amigos e familiares, a vida profissional, as antigas
certezas que passam a ser meras incertezas, a importância de pessoas
queridas e amadas, as memórias... cada passo dado pelo ser humano
torna-se uma batalha de amor, dedicação e paciência, cada momento
(re)vivido torna-se único, especial.
O
filme ensina ao telespectador a importância de não julgar, a
necessidade do observar e compreender. Ensina como cada segundo
vivido perto daqueles que estão ao seu lado deve ser melhor
aproveitado e valorizado. Para Sempre Alice não se trata somente de
uma obra meramente cinematográfica, mas sim, reflete a verdade: o
dia a dia daqueles que, a cada segundo, buscam compreender a vida a
qual pertencem, que procuram amar novamente, todos os dias, aqueles
que em momento tão confuso, estão ao seu lado.
“Sou
uma pessoa vivendo com mal de Alzheimer precoce e me encontro
aprendendo a arte de perder todos os dias.” Para Sempre Alice.
Fernanda Jácome
5°
período - Direito UFRN
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