EXTENSÃO NA ESCOLA ESTADUAL DOM NIVALDO MONTE

O Cine Legis, projeto de pesquisa, ensino e extensão do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, visa aliar o direito, cinema e cidadania, buscando na sétima arte um instrumento motivador de debates social e juridicamente relevantes, de modo a estimular nos estudantes o desenvolvimento de raciocínio crítico e aperfeiçoamento do conteúdo aprendido em sala de aula.

            No que diz respeito à prática da extensão, o grupo procura trabalhar com os estudantes do Ensino Médio. Nesta, foi trabalhado, no turno vespertino, com três turmas de segundo ano, com aproximadamente 70 alunos. Para isso, dez dos treze atuais membros se dirigiram à Escola Estadual Dom Nivaldo Monte, localizada em Emaús, Parnamirim/RN, no dia 18 de outubro de 2017.


            A atuação se iniciou por volta de 14h sendo mediada pelos integrantes Eduardo Souza e Suzana Melo. Eles começaram apresentando o projeto e explicando que iriam tratar de um tema delicado dentro da escola, o qual foi proposto pela diretora da instituição, Sra. Magnalva. Diante disso, o grupo se dispôs a levar o debate acerca da violência LGBTfóbica, trabalhando com dinâmica e vídeos curtos.

            Primeiro foi realizada a dinâmica do privilégio, na qual os alunos começam lado a lado, mas a medida que as perguntas são feitas, alguns dão passos a frente, enquanto outros vão ficando para trás, o que depende do personagem que cada um recebeu para representar. Foi realizada duas vezes, cada uma com sete alunos. O objetivo foi mostrar a presença dos estereótipos e preconceitos existentes em nossa sociedade e como eles mudam a forma como cada um é tratado por causa deles. Perguntamos qual discussão eles achavam que tínhamos levado e as repostas foram: racismo, preconceito de orientação sexual, aspecto físico e classe social. 
          

  Em seguida, foi exibido o primeiro vídeo “Evan”, o qual aborda quais as consequências desencadeadas pelo bullying. Desde o início foi perceptível que muitos alunos se mostraram dispostos a contribuir com o debate, expondo suas experiências pessoais. Eles compartilharam suas concepções, percepções e foi unânime a concordância de que essa prática deve ser proibida e freada. 
           
Depois da conversa introdutória, foi exibido o segundo vídeo, chamado “Leve-me para sair”. Ele relata como foi para adolescentes homossexuais quando se assumiram, quais suas conceituações sobre gênero, orientação e opção sexual. Durante o vídeo, houve divergências nas respostas de alguns entrevistados e os alunos, ao serem questionados, a maioria foi contra estereotipá-los. Novamente, eles compartilharam suas vivências e pensamentos acerca do tema. O integrante Eduardo chegou a ser questionado sobre seu posicionamento, porém conseguiu prosseguir com o debate ao lembrar que o objetivo era ouvir e debater o que os alunos tinham a dizer e não somente escutar e aceitar todo o conteúdo transmitido. Após, houve o intervalo dos estudantes.


            Ao retorno, foi passado o último vídeo, “E se fosse com você”, do canal Põe na roda, o qual mostra os preconceitos e violências físicas vivenciados pelos entrevistados. Transexuais, homossexuais e heterossexuais- em menor parte, estão sujeitos a sofrer com essa estigmatização. O vídeo traz dados referentes à violência física e moral e como a nação está despreparada para tratar dessa problemática, haja vista a inexistência de uma lei específica que condene essa prática e o despreparo das autoridades em lidar com esses casos. Diante disso, os alunos foram novamente chamados para debater, concordando ou não com o que foi apresentado e produzindo uma reflexão crítica sobre o exposto.


            O Cine Legis gostaria, em nome de todos integrantes, agradecer a oportunidade de trabalhar essa temática em uma escola acolhedora e receptiva. Gostaria também de agradecer a todos que participaram e se dispuseram a ouvir pontos de vista diferentes, demonstrando respeito quanto às opiniões contrárias.  Ficamos muito gratos e honrados de terem pedido nosso retorno para discutir outro tema. O empenho em participar, colaborar e dividir experiências, mostra que nossa atuação está conseguindo alcançar seu objetivo e avançar na luta contra às opressões.


Fernanda Carvalho Jácome
Marina Olívia Sousa e Silva








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