Quantos
filmes dirigidos por mulheres você já assistiu na sua vida? Provavelmente
poucos. As mulheres historicamente nunca tiveram o devido espaço dentro do
Cinema. Sempre jogadas para as tarefas “mais femininas”, como maquiagem e
figurino, o papel delas na tela e, principalmente, por trás das câmeras, sempre
foi (e ainda é) bastante limitado dentro da produção de um filme. Raramente é
dada a oportunidade a mulheres para comandar uma produção cinematográfica e,
por isso, filmes com diretoras mulheres são poucos conhecidos e valorizados.
Por isso, para darmos mais reconhecimento e visibilidade a produções de diretoras,
trazemos aqui uma lista de filmes incríveis para você conferir.
Segundo
dados da Celluloid Ceiling, apenas 1 a cada 10 filmes são dirigidos por
mulheres. Em um estudo da Universidade de San Diego, das 93% das produções
analisadas nenhuma delas tinha uma mulher na equipe de direção e somente 9% foi
encabeçado por uma mulher.
1 1. As
Pequenas Margaridas (1966), dir. Vera Chytilová
Esse filme da
Tchecoslováquia é uma obra surrealista lançada numa época de grande conturbação
que passava o país: fim da Segunda Guerra e o regime comunista no país. É
extremamente transgressor, revolucionário e repleto de metáforas e sátiras ao
momento político vivido. A história é de duas garotas chamadas Marie, que
decidem se adequar ao mundo como ele está: sendo “depravadas”. Portanto, ambas
partem para uma série de encontros forjados e travessuras, desconstruindo o
mundo ao redor. É sobre a liberdade feminina em um momento de caos político,
social e cultural. É sobre a liberdade da mulher antes, hoje e amanhã. É sobre
a transgressão do sistema, sobre rebelião. Tudo isso se utilizando do
surrealismo e de efeitos especiais surpreendentes para a época em que foi
filmado.
2. O
Julgamento de Viviane Amsalem (2014), dir. Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
Dirigido e
protagonizado pela Ronit Elkabetz, esse filme co-produzido pela Alemanha, pela
França e por Israel, conta a história de Viviane Amsalem, uma mulher que tenta
se divorciar do marido há três anos, mas este a nega. Em Israel, somente os
rabinos podem conceder o divórcio e para isso é necessário o consentimento do
marido. É um filme focado em diálogos e se passa quase inteiramente em um único
espaço. Todavia, ele não é cansativo ou entediante, pelo contrário, nos mantém
interessados e presos a trama durante toda a duração do filme. É sobre o papel
da mulher na sociedade, o poder da religião e de uma sociedade extremamente
patriarcal. Foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e possui
uma performance extraordinária e comovente da Ronit Elkabetz.
1 3. Cléo
das 5 às 7 (1962), dir. Agnès Varda

4. Bicho
de Sete Cabeças (2001), dir. Laís Bodanzky
Agora um filme nacional
dirigido pela brasileira Lais Bodanzky. Celebrado e elogiado no Brasil e
internacionalmente, conta a história de Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho
Neto (Rodrigo Santoro) que possuem um relacionamento difícil, com um vazio
entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este
não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e
Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um
sistema que lentamente devora suas presas. Passou por diversos festivais, tanto
nacionais quanto internacionais, vencendo importantes prêmios.
5. O
Piano (1993), dir. Jane Campion

O piano retrata a sofrida trajetória de Ada McGrath,
uma mulher que não fala desde os seis anos de idade e se muda para a Nova
Zelândia recém-colonizada. Em companhia da filha, ela conhece seu futuro
marido, com o qual não simpatiza. Para piorar a situação, o noivo, Alisdair
Stewart, recusa-se a transportar o piano de Ada, que é sua maior paixão. Porém,
o administrador George Baines, imediatamente interessado na mulher, adquire o
instrumento e promete devolvê-lo caso ela lhe ensinasse a tocá-lo. Com o tempo,
as tais aulas de piano vão se tornando encontros sexuais e os dois acabam
descobrindo o verdadeiro amor.
Por
fim, para esse ano, a dica é não tirar o olho de Lady Bird, filme dirigido pela
Greta Gerwig e um dos mais elogiados do ano até o momento, possuindo 100% de
aprovação no site de críticos RottenTomatoes. Além disso, Mudbound, dirigido
pela Dee Rees (Pariah), também está arrancando altos elogios e estreia em breve
na Netflix.
Lucas Alencar
4º Período/Direito - UFRN
Membro do Cine Legis em 2017
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