Antígona (Antigone, 2019)


Antígona, a resistência está no sangue é um filme lançado em 2019 no seu país de origem, Canadá, e estreia atualmente nas salas virtuais brasileiras. Assim como na tragédia grega produzida por Sófocles, no filme a personagem principal vive um embate entre obedecer as leis impostas pelo Estado ou seguir o que acredita ser certo e guiar-se pelo seu senso de justiça.

Buscando readaptar a obra do autor grego para os dias atuais, a diretora do longa Sophie Deraspe modifica um pouco do enredo, sem tirar o cerne da questão principal da obra. No longa, personagem principal vem de uma família de refugiados que por conta da pobreza e conflitos politicos se estabeleceu no Canadá. Aluna exemplar, Antigona vê sua vida virada para baixo quando uma tragédia atinge seus familiares, no mesmo ato um de seus irmãos é morto pela polícia enquanto o outro é preso. No fim,a personagem tem de escolher qual dos caminhos trilhados pelo filme seguir. Nesse diapasão nenhuma escolha será fácil.


Não se conformando com os rumos que Estado propõe para seus familiares e acreditando que a Justiça não está sendo aplicada, a estudante parte para uma aventura que aos olhos do Estado se configura como uma transgressão da lei.


O filme nos mostra diversas facetas, a questão dos refugiados, a relação da repressão policial, no entanto o que chama atenção é a faceta do confronto entre o jusnaturalismo e o juspositivismo.


Será que uma norma que emana do Estado sempre será justa e aplicada? A Alemanha Nazista estava amparada legalmente quando levava as pessoas para os campos de concentração, mas será que isso pode ser considerado justo?


O que dizer das normas que não “pegam? Pelo código de trânsito é proibido o pedestre caminhar pela rua, essa eu posso falar que já transgredi.


Então existem conceitos que devem ser obedecidos por todos os Estados quando produzem ou aplicam normas?


No plano do Direito Internacional, existem certas normas jus cogens que a depender do grau da transgressão podem até mesmo sofrer sanções penais, podemos citar a busca pela paz e a proibição ao genocídio.


São essas algumas reflexões que o filme traz, não se esgotando nelas.



Autor: Pedro Carvalho

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