Doze Homens e uma Sentença

    O filme desenvolve-se no cenário de um tribunal do júri Norte-americano, no qual
doze personagens de distintas personalidades compõem o júri responsável por dar o
veredito a respeito da culpabilidade ( conduzindo o réu à pena de morte ) ou inocência de
um jovem de 18 anos que está sendo julgado pelo assassinato do pai depois de uma briga.
Logo no início, o juiz orienta os jurados sobre a enorme responsabilidade que está recaindo
sobre eles, apresentando uma regra básica : somente no caso de certeza absoluta
(unanimidade) os jurados deveriam condenar ou inocentar o réu, ou seja, em caso de
dúvida ou discordância , os jurados deveriam votar pela absolvição, manifestando assim, o
principio de presunção da inocência . Inicialmente, ocorre uma votação para verificar quem
considerava o acusado culpado ou inocente, dos doze jurados, onze votaram pela
condenação e, apenas um optou pela inocência, enfatizando que, ele não tinha certeza da
inocência do réu, mas que também não estava convicto a respeito de sua culpa. Baseado
nisso, o mesmo inicia uma discussão dialética a respeito dos pontos não esclarecidos do
caso, tentando convencer os demais jurados de que as evidências de autoria, apresentadas
pela promotoria, poderiam não ser tão irrefutáveis e objetivas quanto pareciam no início.
    Nesse sentido, aos poucos os demais jurados começam a refletir sobre seus
próprios votos ,deixando de lado preconceitos que poderiam corromper o julgamento e a
cada rodada de votação, ao mesmo tempo em que ia sendo ampliada a contagem dos
votos de “inocente. Dessa forma, pode-se dizer que, um dos pontos pertinentes que se
pode extrair do filme é o relacionado à questão da fragilidade da justiça e sua necessária
imparcialidade, uma vez que, a sociedade, sendo composta de homens (cada qual com
seus pontos de vista pessoais)representa uma junção de preconceitos, opiniões e valores.
Sendo assim, a justiça, como parte do meio social, muitas vezes acaba por refletir
estereótipos dos quais deveria abster-se a fim de respeitar e manter imparcialidade
jurisdicional, que, na realidade, representa a própria essência da justiça. Ainda a respeito
da dinâmica do filme, é interessante notar que, em nenhum momento são colocadas cenas
em flashback do crime, ou seja, como ninguém daquela sala presenciou o assassinato, o
espectador também fica sem aquela informação, sendo assim, o telespectador se
transforma em um 13º jurado, podendo tirar suas próprias conclusões do caso e mudando
(ou não) de lado assim que a história progride.

 Rayssa Alves 

Membra CineLegis 

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