O documentário nacional “Que Bom te Ver Viva”, dirigido pela diretora Lúcia Murat, traz relatos de mulheres que foram torturadas durante a ditadura militar no Brasil.
No filme, essas mulheres contam como sobreviveram a tanta violência na época e como estão sobrevivendo atualmente depois de passarem por uma experiência tão traumática. Nesse sentido, são apresentadas as consequências que essas mulheres sofreram em suas vidas e como ser uma ex-presa política impactou e ainda impacta sua vida como mãe, como filha e, sobretudo, como mulher. Aborda também como a sexualidade dessas mulheres foi afetada e a tortura em seu aspecto físico, psíquico e sexual.
Ao mesmo tempo em que esses depoimentos são apresentados, a atriz Irene Ravache, em uma performance brilhante, interpreta uma personagem anônima, também vítima de tortura. “Essa é a minha história e vocês vão ter que me suportar!”, grita a atriz/personagem em um dos momentos iniciais do filme
Para deixar claro essa dicotomia entre documentário/ficção a realidade e a interpretação da atriz Irene, a diretora Lúcia Murat, que também foi vítima de tortura pela ditadura militar, utiliza alguns artifícios fílmicos: utilizando luz natural e um enquadramento específico para gravar os depoimentos das vítimas e utilizando luz teatral para gravar as cenas de Irene.
O filme se encontra disponível no Youtube.
Lucas Alencar
5º Período/Direito – UFRN
Membro do CineLegis desde 2017
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