É
um soco no estômago (Essa seria a definição desse filme, se eu
tivesse que explicá-lo em uma frase). Se trata de um filme libanês,
do ano de 2018 e que foi dirigido por uma mulher – a brilhante
Nadine
Labaki. Nele, acompanhamos a jornada de Zain, um garoto libanês que
vive com sua família em uma casa emprestada pelo futuro marido de
sua irmã, a qual tinha 11 anos no dia de seu casamento. Sabemos que
Zain está em um julgamento, porém o motivo só é apresentado no
decorrer do filme.
Trata-se
de um filme que nos faz pensarmos a respeito de diversos pontos
cruciais da nossa jornada na Terra. Entre eles a obrigação de uma
vida digna proporcionada pelos nossos pais – se eles nos geraram,
deveriam então prover todas as nossas necessidades. Esse é o dilema
de nosso protagonista, enquanto ele tem que trabalhar para ajudar nas
despesas de casa, um carro passa por ele com várias mochilas de
crianças que vêm da escola, fazendo com que crescesse a ânsia de
estudar, fato esse que nunca se realiza. Outro ponto é a taxa de
natalidade, pegando a família de Zain, vemos que, dada as condições
dela, não seria inteligente do ponto de vista planejamento familiar,
ter tantos filhos se financeiramente é inviável. Uma terceira
característica apresentada seria a falta de solidariedade entre os
povos do Oriente, pois acontecem auxílios somente a quem é de uma
determinada região, fazendo com que o jovem minta para ter os
suprimentos necessários para sobreviver.
O
caos perpassa por todo o longa, até nas cenas mais normais, o
brilhantismo do jovem Zain (refugiado na vida real) transmite uma
tristeza de um jovem sem um futuro. Não quero dizer pra não
assistir, mas sim com o intuito de que assistam, pois demonstra ser
um brilhante filme seja no quesito técnico ou no quesito de
profundidade de ideias.
Pedro Henrique de Carvalho
Direito - UFRN
Direito - UFRN
Membro Cinelegis
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