segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Capitão fantástico


 O filme estadunidense dirigido por Matt Ross, gira em torno de Ben (Viggo Mortensen) e seus 6 filhos, que vivem uma vida um tanto diferente dos moldes convencionais. Ben é um pai que criou os filhos num lugar remoto, no Pacífico Norte, longe da civilização moderna e de uma forma totalmente inesperada. As crianças aprendem idiomas, a legislação, a caçar e a lutar se necessário, para se defender. Mas uma situação inesperada surge e Ben e sua família são obrigados a voltar à cidade.


 Todos podem concluir que não será fácil esse reencontro com a civilização, o que faz com que algumas pessoas os tratem como insanos, até muitas vezes sem educação. Mas as comparações entre o “mundo” onde estão acostumados e o que verão não são necessariamente o problema. Os filhos de Ben mostram ter muita vantagem sobre os filhos que tiveram uma vida supostamente “normal” na cidade grande. O filme é uma história interessante que destaca a futilidade da tecnologia em alguns aspectos, além de mostrar que ter uma vida “normal” não necessariamente traz vantagem sobre aqueles que decidem por um estilo de vida diferente, que não é tradicional, segundo os ditames da sociedade em geral. Isso fica claro em uma das cenas que Ben chama sua filha mais nova e ela demonstra ter mais conhecimentos sobre o mundo do que as outras crianças maiores educadas em escolas tradicionais. Alguns diálogos são desconcertantes e não deixam de ser engraçados, apesar de temas importantes serem levantados no filme. 


Em suma Capitão Fantástico é um daqueles filmes que nos fazem questionar nosso modo de vida, nossas concepções de certo ou errado. Claro que devemos destacar que o diretor usa de uma forma utópica o modo de vida de uma família se ela fosse criada longe da civilização moderna. Entretanto o filme é bastante crítico com relação a vários fatores. Os valores, versões de histórias e culturas diferentes são colocados aqui. Passamos a questionar ao que damos valor e ao que estamos perdendo quando a família de Ben é nos apresentada, ao mesmo tempo, vemos que nenhuma forma de criação é perfeita, sempre haverá falhas e não existe o jeito certo ou errado de criar alguém, afinal cada pessoa possui sua particularidade do mundo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O show de Truman




O longa-metragem estrelado por Jim Carrey como protagonista exibe a rotina simples de Truman Burbank, um vendedor de seguros. Um aspecto desconhecido por esse personagem é o fato de seu cotidiano ser transmitido na televisão e as pessoas com as quais mantém contato serem atores e atrizes contratados. Em certo momento do filme, Truman (Jim Carrey) se torna consciente do reality show que é sua vida e questiona todo seu passado até fazer uma escolha.


O Show de Truman consiste em um filme envolto por reflexões e ainda é uma obra atual. Primeiro, evidencia a influência da mídia no nosso cotidiano ao ponto de estabelecer uma confusão entre o “mundo real” e o “mundo virtual”. Essa indivisibilidade está presente nos dias atuais por meio das redes sociais e internet as quais coletam informações pessoais para influenciar o consumo. Nesse longa-metragem, o protagonista utiliza produtos que são alvos de propaganda direcionada aos espectadores do reality. 


Por fim, pode-se relacionar O Show de Truman com Platão e o mito da caverna. No enredo, Truman conhece Lauren (Natascha McElhone) e se apaixona. Ela, consciente da realidade, tem o papel de despertar Truman da fantasia vivida por ele. Depois dessa leitura, assista ao filme o qual está disponível em alguns serviços de streaming. Esse longa provocará diversas reflexões em você.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

NÃO VAMOS PAGAR NADA - O FILME



    Este filme relata a realidade de alguns brasileiros, demonstrando de maneira explícita a influência da fome na sociedade, quando a personagem principal (Dona Antônia), desempregada e sem dinheiro para comprar alimentos para casa, se revolta no único mercado do bairro onde mora, pois, além de ter havido aumento dos preços, o mercado já não aceita mais fiado, é então que ela se mete em uma furada, fazendo uma confusão no mercado e influenciando os demais compradores, que juntos resolvem fazer um protesto e levar produtos do mercado sem pagar nada. A partir dessa confusão se inicia uma operação no bairro para descobrir quais foram as pessoas que participaram desse ato criminoso, não levando à solução imediata do problema, e sim, a uma série de outras infrações, o que irá acarretar a um final surpreendente, inesperado e justo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Cinema Paradiso (1988)


 O Drama de 1988 “Cinema Paradiso” consiste em uma celebração da vida por meio das lentes da 7ª arte. Considerado por muitos críticos a maior declaração de amor ao Cinema, o filme nos conta a história de um cineasta crescido que ao saber da morte de Alfredo, amigo projecionista de Infância, que o mostrou da magia do cinema, relembra os momentos mais marcantes de sua vida. Esse trama trata acerca da importância do Direito à arte: a importância do chamado “cinema paradiso” na pequena cidade de Toto, o protagonista, sendo este, por muitas décadas, uma das únicas formas de entretenimento da cidadezinha.

 Entre risos e lágrimas, o telespectador é levado a entender a arte como um aspecto formador de seres humanos, Toto foi educado pelo Cinema, assim como nós somos ao vermos um filme tão rico em reflexões como este. O direito de lembrar, o direito de esquecer, de seguir os nossos sonhos e sobretudo o direito à catarse são elencados no filme com muita emoção, é o cinema fazendo um ode a sí mesmo e em seu estilo mais clássico o possível. É uma obra arrebatadora, a qual mostra de fato que, nas palavras de Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”. O direito à arte, apesar de ser hoje em dia por vezes elitizado, deve ser plural, alcançar todas as almas. A arte existe para nos fazer crescer em humanidade e em espírito, a arte educa, cria e fascina. 

Com o desenrolar do filme, tem-se a tristeza de se ver o cinema paradiso abandonado, sensação colocada propositalmente pelo diretor, entretanto, o presente deixado pelo então falecido Alfredo a Toto, sendo este várias cenas de beijos hollywoodianos antes censuradas da sala do cinema, mostra-nos a esperança de que a arte se reinventa e vive para sempre, se atualiza, e mesmo aquela de um tempo já passado vive eternamente no coração daqueles que a verdadeiramente apreciaram e com ela aprenderam e cresceram. 


Texto por: Isadora Medeiros