quarta-feira, 25 de setembro de 2019

TOP 05 FILMES BRASILEIROS IMPERDÍVEIS




Em uma época em que o governo tenta destruir nosso cinema, buscando acabar com a Ancine e outros incentivos culturais, é extremamente necessário que valorizemos nossa arte e nosso cinema de altíssima qualidade. Dito isso, trago a vocês cinco filmes imperdíveis de nosso Cinema.

1 – Jogo de Cena (2007)




Dirigido por Eduardo Coutinho

Querem ouvir histórias FANTÁSTICAS sobre mulheres incríveis? Negras, brancas, pobres, ricas, mães, avós, filhas, jovens, estudantes, heterossexuais, lésbicas, artistas, etc. Todas contando as histórias de sua vida.

Depois de ouvir 83 mulheres contarem suas histórias de vida, o Coutinho selecionou 23 delas. Misturando realidade e dramaturgia, convidou uma parte delas para contar suas experiências em um teatro e, ao mesmo tempo, chamou atrizes para interpretarem algumas dessas histórias, transformando tudo numa grande experiência única.

2 –  A Negação do Brasil (2000)


Dirigido por Joel Zito Araújo

Documentário que faz uma análise da representatividade negra e dos atrizes e atores negros nas telenovelas brasileiras.

3 -  Que Bom Te Ver Viva (1989)


Dirigido por Lucia Murat

Documentário  nacional que traz depoimentos de mulheres que foram torturadas durante a ditadura militar. A própria Lucia Murat (diretora) também foi torturada.
"Essa é a minha história e vocês vão ter que me suportar!"

4 – O Céu de Suely (2006)


Dirigido por Karim Aïnouz

Uma inspirante história cheia de cultura nordestina.
Hermila (Hermila Guedes) é uma jovem de 21 anos que está de volta à sua cidade-natal, a pequena Iguatu, localizada no interior do Ceará. Ela volta juntamente com seu filho, Mateuzinho, e aguarda para daqui a algumas semanas a chegada de Mateus, pai da criança, que ficou em São Paulo para acertar assuntos pendentes. Porém o tempo passa e Mateus simplesmente desaparece. Querendo deixar o lugar de qualquer forma, Hermila tem uma ideia inusitada: rifar seu próprio corpo para conseguir dinheiro suficiente para comprar passagens de ônibus para longe e iniciar nova vida.

5 – O Menino e o Vento (1967)


Dirigido por Carlos Hugo Christensen

O engenheiro José Roberto visita a cidade de Bela Vista, no interior de Minas Gerais, famosa pelo vento forte que a sacode dia e noite. Lá conhece um moleque, Zeca da Curva, que se diz enfeitiçado pelo vento. Compartilham a mesma adoração pelo vento, até que, um dia, o menino desaparece. Tempos depois, José Roberto é chamado para responder processo, acusado como responsável pelo mistério e de ter mantido com Zeca da Curva “uma estranha amizade”.

Baseado no conto O iniciado do vento de Anibal Machado.

Por Lucas Alencar
Direito - UFRN
Membro CineLegis

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

I Kill Giants



        I kill Giants (Eu mato gigantes) é daqueles filmes que escondem surpresas ao expectador e, por ter sido feito pelos mesmos produtores de um filme famoso de ficção e fantasia, nem de longe deixa pistas de seu ramo dramático e de suspense. Àqueles que escolhem filmes pelas ilustrações imaginam um filme do tipo seção da tarde com um final feliz e tudo em um padrão ideal. “Eu mato gigantes” é um filme para ser assistido com atenção, pois se apresenta de uma forma tão despretensiosa no tocante à sua temática que chega a ser pueril, mas traz lições de grande valia. Conta a história de uma garotinha, Bárbara Thorson, que acredita ser uma heroína que tem a função de proteger a humanidade da invasão de gigantes ancestrais que só visam a destruição de tudo e tirar a vida de todos. Segundo a visão da protagonista, que é uma criança sem amigos e em uma família sem pai, o enfrentamento dos monstros é a única maneira de viver uma vida normal e essa luta vai além da compreensão física é uma luta psicológica e cada um usa as armas que tem.
Por Eduardo Vale
C&T UFRN
Membro Cinelegis




quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Bacurau: "O sertão é do tamanho do mundo"

O pássaro bacurau, por onde voa? 


        Já disse Guimarães Rosa, “O sertão é do tamanho do mundo” e assim se mostra Bacurau, exibido em 290 salas de cinema por todo o Brasil, vencedor do prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Munique e também dono do prêmio do júri no Festival de Cannes, na França, essa produção filmada na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba foi feita não só para percorrer o mundo, mas principalmente a sua gente. Com marcas latentes de um nordeste interiorano, o filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles conta a história de uma distopia na cidade de Bacurau que, estranhamente, some do mapa.
Nesse momento, as dúvidas e os nós são formados na cabeça do telespectador: como isso foi possível? Por que essa cidadezinha não existe mais? Alguém vai sentir falta? O que pode acontecer quando não se existe, quando se perde a identidade? E essa pergunta é feita no filme: “Quem nasce em Bacurau é o quê?”. A resposta não podia ser outra: “É gente!”. Gente essa muito unida, inteligente e valente, que não tem medo de lutar pela sobrevivência; ou melhor, se tem medo, enfrenta, porque é assim que a resistência é formada, com mecanismos táticos bem formulados e esperança no plano de permanência na terra.
Sem dúvidas, o enredo proporciona as mais diversas sensações naquele que se propõe a esta viagem. Após uma hora do longa, ficamos na fase do “o que que está acontecendo?!”, ou temos cenas que nos remetem a períodos históricos, e logo depois, estamos torcendo para ver uma cabeça estourada!! Tarantino perde para esse filme. Mas sem spoilers...
Além do enredo cheio de imãs a nossa atenção, temos personagens complexos, os quais causam interesse e até mesmo identificação. Alguns são estereotipados, como o político corrupto e oportunista, outros deixam o questionamento “ela é bipolar?”. Em meio a variedade de tipos, sabemos muito bem quem não queremos parecer nessa história.
Por isso, Bacurau é sobre identidade, união, organização, pertencimento, resistência, violência institucionalizada, colonização, povos. Tudo isso e muito mais com as marcas linguísticas, o cenário, as composições no geral ensejam reflexões e também incômodos capazes de fazer com que saiamos do cinema e digamos: você precisa assistir Bacurau!

Por Caroline Bento
Direito UFRN
Membro Cinelegis



Referências: