segunda-feira, 24 de junho de 2019

A vida é uma festa


O filme conta a história de Miguel Rivera, um garoto de 12 anos de idade que sonha em ser o maior músico do México, tal qual seu ídolo Ernesto de la Cruz, que fez fama décadas atrás - antes de morrer de forma trágica. Não obstante, o impasse do filme se dá pelo fato de sua família ter banido a música de suas vidas há décadas atrás, tendo como atividade o ofício de sapateiros, sendo os mesmos renomados em sua cidade.
O enredo do filme começa a se tornar mais intenso no Día de Muertos, no qual os mexicanos celebram com festa a visita de seus entes passados, dessa forma, Miguel decide desafiar sua família em prol de seguir seu sonho e, após uma sucessão de eventos, acaba cruzando o limiar entre o mundo dos vivos e dos mortos. Nesse sentido, ele se encontra imerso em um  grande problema: precisa voltar até o amanhecer e, para isso, consegue a ajuda do Ernesto de la Cruz ( fato curioso que o mesmo ainda permanece um astro depois de morto), sendo que, caso não consiga voltar irá permanecer para sempre no mundo dos mortos.
Dessa forma, Miguel vai adquirir dois grandes aprendizados: correr atrás de um sonho tem um preço e que sua família, mesmo não o apoiando e com todos os defeitos ainda é muito importante. Somado a isso, ele descobre que,  morrer não é um problema em si, mas muito pior do que estar morto é ser esquecido por aqueles que se ama. 
Somado a isso, é premente destacar que, Viva: A Vida é uma Festa é um filme que faz um contraponto importante entre a valorização da tradição por parte da família Rivera, ao mesmo tempo em que aborda os costumes de uma cultura bastante forte e complexa como a mexicana. Dessa forma, torna-se notório que, o tema central do filme é a importância da família, seja daqueles membros que ainda estão vivos ou daqueles que já se foram, não obstante, o filme em momento algum  retrata um culto aos mortos, mas sim uma celebração da família para que, uma vez vivos, possamos valorizá-los como se deve e reconhecer como ela ( a família) nos molda e nos dá suporte para nos tornarmos quem realmente somos.


Rayssa A. Ferreira
Membro Cinelegis

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Chatroom

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Chatroom conta a história de cinco jovens que em plena adolescência se encontram em salas de bate papo na internet. Isso, em 2010, época que as pessoas ainda não conheciam ou tinham muito acesso a ela, mas que as redes sociais já eram febre. William, o protagonista vive depressivo, pois acredita que seus pais dão mais atenção para o seu irmão, assim ele cria um perfil no bate papo e conhece os outros jovens. Com a intenção de destruir ou perturbar a vida dos outros usuários ele instiga e planta ideias que na maioria das vezes são infundadas só para satisfazer seu ego e deixar as pessoas na mesma situação que ele. 
Cada personagem tem suas características: Eva, tem problemas de autoestima, Will tem depressão, Jim é o solitário, Emily é a pessoa tímida enquanto Mo é o rapaz com problemas de relacionamento.
Nos aspectos técnicos, é um filme com um trilha sonora bem impactante que dá a impressão de imersão no thriller, tem uma fotografia com cores vibrantes, a direção é muito competente e inovadora(Quando eles estão na sala de bate-papo o figurino dos atores muda e eles estão em um espaço físico), o único ponto que deixa a desejar é a sua roteirização que foca muito em na relação de William e Jim, e não desenvolve bem os outros personagens. 
O filme aborda muitas questões sensíveis como: depressão, suicídio, solidão, pedofilia. Além disso, o diretor já avisava que esses tipos de relações tóxicas pode levar as pessoas a cometerem atos que elas nunca fariam, como é o caso do suicídio induzido por usuários contra uma menina. A situação de discriminação de pessoas de outras etnias também está presente no filme. 
Atualmente, onde as pessoas se sentem mais objetificadas e sua felicidade está no número de curtidas, além de o número de pessoas que só criticam o modo de viver das outras e não tecem nada construtivo só aumenta, esse filme nos faz refletir se as redes sociais estão realmente para o bem das pessoas.
Pedro H. A. Carvalho
Membro Cinelegis

segunda-feira, 3 de junho de 2019

América Latina para imbecis: stand-up e história


Ao descobrir que seu filho está sofrendo bullying na escola por ser descendente de latino, o comediante John Leguizamo, nessa apresentação fantástica distribuída pela Netflix, vai mostrar três milênios de nossa história. O próprio título é uma brincadeira para se assemelhar com aqueles manuais para ignorante/amadores, como por exemplo “Ciência para leigos”. O show de humor é praticamente uma aula: com louça, giz e tudo mais!
Nós, brasileiros, por muitas vezes não nos identificamos com a história da América Latina por não falarmos espanhol, mas sim, nós somos latinos e a narrativa contada por John também é a nossa.
Durante sua fala, o humorista prova que temos muito do que nos orgulhar. Passa pela história dos magníficos impérios Maias, Astecas, Incas (entre tantos outros), civilizações altamente tecnológicas e avançadas para a época, mas que sucumbiram a ganância do homem branco. Muitas das curiosidades trazidas no show foram inéditas pra mim, visto que ele se afastou da visão eurocêntrica ensinada nos livros e filmes sobre o assunto. Ele explica que, ao contrário do que aprendemos, a única superioridade dos europeus eram seus germes, pois foi principalmente pelo contágio de doenças que eles exterminaram milhares de nativos, roubaram seus produtos e os escravizaram. Além disso, faz dura críticas ao governo de Donald Trump, que assim como os colonizadores, enjaula pessoas e promove políticas anti-imigração.
Apesar da alta carga de humor, a apresentação não deixa de trazer uma mensagem reflexiva sobre a necessidade do povo latino se unir, especialmente em tempos em que o racismo e a xenofobia se acendem cada vez mais.

Mirella Santos
Direito - UFRN
Membro Cinelegis